sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Indo ao médico

     Notei que Caio estava com as mãozinhas ressecadas; dias depois, elas descascaram, e pequenas feridas se abriram na pontinha dos dedos. Nem assim Caio deixou de mexer em tudo. Aliás, essa mania de colocar as mãos nas paredes, no chão, nas  "reciclagens" que encontra, como copos de Guaravita, canudos, palitos de sorvete, pequenas pinhas, garrafas pet, pedras, pedaços de madeira etc agravou a dermatite atópica - soube depois, segundo a pediatra que atendeu Caio.
     Além das mãos, Caio teve também febre por duas noites seguidas e se queixou de dor na barriguinha.
    Ontem, na escola, vomitou o Toddynho todinho que acabara de beber. 
   Levei-o ao médico, na emergência, aproveitando a sorte de ter atendimento reduzido na escola onde trabalho devido à falta d'água. No caminho:
   - Mamãe, o que a médica vai fazer para recuperar minhas mãozinhas? (Ainn, que fofo!)

   A doutora examinou, auscultou, teve a paciência de responder a tudo o que Caio perguntava. Não associou a febre às mãozinhas dascascadas, disse que Caio tem todo um perfil de alérgico, receitou uma pomadinha para a dermatite, ibuprofeno para febre e dor e aconselhou ingerir muito líquido.


   Em casa, quando fui passar o remédio em suas mãos, Caio pergunta, referindo-se à pomada:
   - Essa palmadinha vai arder?
   E mais tarde, para convencer a criatura a tomar o remédio para a febre, argumentei ter sabor de tutti frutti.   
   Ele pediu:
   - Deixa eu cheirar pra ver se tem sabor mesmo de fruti fruti.

ACHO CURIOSA essa fase de apropriação da linguagem do Caio: ao mesmo tempo em que usa umas palavras mais difíceis, construções gramaticalmente corretas, concordâncias perfeitas, ele também troca letras das palavras mais corriqueiras, como, para dar um outro exemplo, "vila" , que ele pronuncia "fila".

Três coisas que ainda preciso mencionar:

1 - Caio faz o maior escândalo para deixar pôr o termômetro na axila e medir a temperatura. É uma verdadeira operação de guerra, que mobiliza vários membros da família. Idem para colocar algumas gotinhas de Rinossoro nas narinas. O pai tem de imobilizá-lo.

2 - Nos preparativos para ir ao médico, Caio "surtou", correu fugindo de mim, se escondeu embaixo da cama, pois não queria ir. Mas, chegando ao consultório, ficou muito comportado, conversou, se deixou examinar e fez tudo o que a dra. pediu. E eu pensando: "que safado..."

3 - Peço desculpas, mas não resisti ao horrível trocadilho "Toddynho todinho"...


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