domingo, 24 de junho de 2012

Tempo de colher

          Caio "achou" duas colheres de cozinhar de plástico Jolly na gaveta da cozinha e pediu para brincar com elas. A partir daí não tive mais sossego, pois ele repetia in-sa-na-men-te a frase interrogativa "agora está na hora de quê?" e exigia uma resposta a cada movimento que fazia com as colheres, posicionando-as na parede, no chão, no sofá, na mesa, como se fossem, de fato, ponteiros de um grande relógio imaginário...



Hahahaha leu o título de outra forma, né... 
colh(é)r x colh(ê)r : pegadinhas da Língua, não tive a intenção (ao menos inicialmente)...

          Em tempo (sem trocadilho): toda vez que Caio se interessa por saber as horas, ele não pergunta o indefectível "Que horas são", não... Ele pergunta:
           - Que tempo é esse?
          Esse meu filho é mesmo diferente...

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Os três verbos

Os três verbos que estão na boca do Caio o tempo todo (infelizmente) são: peidar, explodir e roubar.

Nos mais diferentes e inimagináveis contextos...

Explodir e roubar, não sei de onde Caio tirou a ideia, talvez dos desenhos, talvez da escola...

Peidar é culpa do pai, que comprou um celular com um aplicativo de sons de peidos, os mais variados, e achou muito legal mostrar para o Caio. Todos adoraram a novidade, brincaram, experimentaram os peidos, riram (até eu ri, mas só um pouco), repetiram, riram de novo...

     Mas, para mim, a brincadeira agora não tem mais graça...

                               *                 *               *               *                *

     Caio ganhou um poster de super-heróis. Quando falei:
     - Vamos colar na parede do seu quarto?
     Ele "largou":
     - Vamos colar peidante!
     - Credo, caio, que palavra feia!
     - Peido é mais grudante, mãe!

     Sem falar nas "músicas" que ele inventa com a palavra peidar e derivados, aff!



                               *                 *               *               *                *

     Toca a campainha. Como sempre, Caio sai correndo e grita:
     - Temos de explodir a porta de saída!

     E quando faz malcriação:
     - Vou explodir você!

     Vendo o filme, brincando de Toy Story e imitando o sr. Cara de Batata em uma cena: 
     - Temos de explodir os trilhos desse trem agora, hahaha!

     Essa foi agora há pouco:
     - Mãe, temos que comer muitos doces até explodir!



                               *                 *               *               *                *

     Caio encontrou produtos novos "morando" na geladeira, recém chegados (Antonio tinha acabado de fazer compras). Visualizou iogurte e pediu:
     - Mãe, posso roubar um iogurte?
     Não esperou a resposta - roubou mesmo!

     - Ter amigo é legal! Que tal roubar um amigo pra mim, mãe? - vendo um anúncio na TV.

     Um dia desses, Caio acordou mais cedo que todo mundo e "atacou" a geladeira: comeu todo o presunto, deixando só uns restinhos meio roídos. Quando acordei e fui à cozinha, comentei, para brincar com ele:
     - Acho que um ratinho andou visitando nossa geladeira, né, Caio?
     E ele:
     - Alguém andou roubando nosso presunto, mãe!


domingo, 10 de junho de 2012

sexta-feira, 1 de junho de 2012

A disposição das árvores

           
           Caio é um menino muito observador. E curioso. E tagarela.
       Quando pede para ir à Praça da Santa (pracinha perto de casa, dentro do condomínio, que tem - adivinhem? - uma imagem de santa bem no meio do terreno), se não tiver criança com quem brincar vai logo sugerindo:
          - Vamos passear?
          Ele  sugere com isso que andemos pelo condomínio, percorrendo as outras pracinhas: a "da tia Graça", a "abandonada", a "dos amarelos"... até chegar ao muro que limita o condomínio à rua que dá para o início do Corredor Esportivo (que tem estado muito abandonado...)
          Durante o percurso, claro, Caio vai fazendo mil perguntas, quase todas sobre as árvores: ele quer saber quais estão podadas e quais foram cortadas (caí na besteira de, uma certa vez, explicar essa diferença), por que foram cortadas, se vão nascer folhinhas de novo ou não, se a raiz vai morrer, se o "homem" (refere-se a quem podou a árvore) não gosta de natureza...
          Um dia, ele viu uma árvore tombada, quase caindo e perguntou:
          - Mamãe, essa árvore está dispostas a cair?

          (Ele quis dizer prestes a cair...)