Pôr-do-sol

           No Corredor Esportivo, já cansadinho de tanto correr e brincar, pedindo para ir embora:

          - Vamos, mamãe, você não "veu" que eu tinha razão? Vamos que o sol está se "fondo"!

          (Deliciiiiinha!)

Mais livrinhos

Hoje, 24/07, Caio ganhou mais dois livrinhos: Até as princesas soltam pum, que ele já havia lido numa roda de leitura na escola e havia adorado e A alegre vovó Guida que é um bocado distraída, de Tatiana Belinki.

Sinopse:

Como o título indica, a história fala de uma avó. E não é qualquer avó, a vovó Guida. É fora dos padrões, lúdica!  Colocar leite para o gato no sapato e sair com uma tigela na cabeça, são algumas das suas “distrações”, narradas de forma poética, em sete quadras com ritmo e rimas. Às travessuras da avó, juntam-se as também  divertidas ilustrações de Ana Terra, que acrescentam elementos à história, ampliando o texto escrito. É um livro que tem  tudo para agradar as crianças!

E agradou mesmo: Caio adorou!

E pra que serve?

          Semana de recesso escolar, inclusive pra mim. Ufa! Posso ser mãe um pouquinho...

          Então, fiz almoço com creminho de espinafre e fui dar comida para o Caio, lá no quarto dele.

          Normalmente as crianças apresentam muitas fases: a fase do "não", a fase dos "porquês"... Mas como aqui em casa tudo é diferente, eu resolvi entrar na fase do "E pra que serve?" e brincar com o Caio, entre uma colherada e outra: 

          - Caio, pra que serve a boca?

          - Ué, é pra morder.

          - Pra morder, Caio? Boca serve é pra beijar e falar... E pra que serve a janela?

          - Ué, é pra entrar um ventinho fresco...

          - E pra que serve o copo?

          - Ué, é pra beber!

          - E a comida?

          - Ué, mãe! É pra comer, né! (Queria que ele tivesse respondido que era pra crescer, ficar forte...)

          Esse "Ué, é..." ele pronunciava de um jeito tãããão fofoooo...

          - E pra que serve a televisão?

          - Ué, é pra ver desenhos divertidos!

          - E pra que servem as mães?

          - ... 

          Caio disfarçou, fingiu não ter ouvido, levantou-se, andou pelo quarto (acho que estava pensando, mas não encontrou resposta). Retomei:

          Caio, e pra que serve a cama?

          - Ué, é pra dormir quando está com sono.

          - E pra que servem as meias?

          - Ué, é para refrescar os pés!

          Rimos. Eu corrigi:

          - Não, Caio, servem pra aquecer os pés! E pra que serve a cueca?

          Caio deu muitas risadas e não respondeu. Continuei, provocando de novo:

          - E pra que servem as mães?

          - Essa você já contou, mãe!

          - Mas você não respondeu, Caio! Estou curiosa! Pra que servem as mães?

          - Ué, é pra trocar os canais!

          Ahhhhhhh... (interjeição de decepção).

Cadê o meu penico?

Sinopse:

A coitada da Hortênsia estava louca de vontade de fazer “uma tal coisa”, mas não encontrava o seu penico por nada... Enquanto isso, a bicharada toda se divertia com um objeto misterioso. Seria uma gamela? Um tigelão? Quando eles descobrem que aquele pote serve para fazer xixi e cocô, ficam encantados com a novidade: estão todos muito apertados e não querem mais saber de sujar o terreiro!
Enquanto isso, Hortênsia pergunta aos animais sobre seu penico, mas eles não o conhecem por esse nome, por isso não podem ajudar. Coitada, será que ela vai recuperá-lo a tempo?
Escrita em versos rimados, esta história fala de maneira divertida sobre uma fase de crescimento e aprendizado na vida das crianças pequenas.

          Livrinho recém adquirido para o Caio, que adorou a confusão criada pela bicharada em torno do penico. Recomendo!

Escapole

        Têm sido frequentes as vezes em que vou colocar o Caio para dormir. Ao menos isso, na minha atual e cada vez maior ausência na vidinha dele... tenho trabalhado demais!

        Então, conto historinhas ou, na maioria das vezes, canto músicas. Apago a luz do quarto e lhe pergunto qual música quer. Ele sempre responde:

        - Jardineira!

       Depois canto várias outras músicas, marchinhas de Carnaval e emendo algumas cantigas de roda da minha infância: Ciranda, cirandinha, Fui na Espanha, Fui no Tororó, Terezinha de Jesus, o repertório é grande! Canto todas as musiquinhas infantis das quais vou me lembrando e, por fim, algumas músicas de MPB das quais gosto: Como nossos pais, Meu erro, Travessia, Chove lá fora, Gostava tanto de você, nossa! A mistura é grande.

       Às vezes, Caio dorme na terceira ou quarta música, mas finjo que não, e continuo ali, cantando e sentindo a quentura de seu corpinho tão querido. 

          Caio acha que vou ficar com ele a noite inteira. Sendo assim, hoje cedo me perguntou:

          - Mamãe, por que você sempre escapole?

          - Como assim, Caio?

          - É que de manhã você está sempre na cama do papai...

Caio curtindo a "cama do papai"

          

Buraco do Jacaré

          No meu quarto, a cama de casal é encostada na parede pela lateral enquanto a cabeceira encosta-se à janela. Há um natural vão entre a cama e a parede. Desde que Caio é muito pequeno, ele e o pai brincam dizendo que ali é o buraco do jacaré. O apelido começou quando, um dia, Antonio brincava de cócegas e de lutinha com o Caio na cama e disse:
          - Cuidado pra não cair aí, no buraco do jacaré!


          Hoje, Caio brincava com umas peças de madeira quando uma delas caiu "lá". Ele declarou:
          - Vou pegar minha pecinha!
          Eu brinquei:
          - Você vai ter coragem de ir lá no buraco do jacaré? E se você encontrá-lo? - fiz uma voz bem dramática.
          Ele respondeu, meio corpo já por baixo da cama:
          - Mãe! Aqui não tem jacaré, não sabia? Jacarés só tem nos rios! Aqui só tem... poeira!
          E buscou a peça que caíra.


          (Preciso fazer uma faxina no quarto...)

Meninos unidos

          - Mamãe, precisamos matar a Mônica!
          - Credo, Caio, por quê?
          - Ela bate no Cebolinha!

Perguntador

          Na minha rua está acontecendo uma grande obra, parece que de colocação de manilhas para fazer uma via de escoação de águas pluviais.

Será que não teremos mais enchentes a cada chuvinha?

          Pois bem. Caio, hoje, parou para ver o trator, subiu na grade para ter uma melhor visão. Depois correu pela lateral da grade (e eu atrás) até encontrar um operário da obra. Começou:

          - Bom dia! - tão educadinho... (tática dele para receber atenção) - qual é o seu nome?

          O homem respondeu algo como Natanael, Natalício... Caio emendou, sem respirar:

          - O que é aquela rede vermelha?

         - É para ninguém cair e se machucar... - começou a responder o homem, mas logo Caio fez mil outras perguntas sem esperar as respostas:

          - Onde vão colocar tanta terra?

          - Vai passar esgoto aí?

          - Vai fazer um túnel?

          - Qual é o nome do cara que dirige o trator?

          - Qual é...

          Não o deixei terminar. Arrastei-o para casa pelo braço.