quinta-feira, 23 de agosto de 2012

E só.

       Cheguei a casa um pouco antes das nove da noite. Hoje trabalhei durante quase quatorze horas, peguei às sete. Meu filho, muito saudoso, abraçou-me forte, chamou-me de amor verdadeiro, deitou-se por cima de mim. Li o livrinho novo que ele ganhou na escola. Ele perguntou "quando vamos jantar?" e foi pro seu quarto. E só.

      Só isso que fui de mãe para ele hoje. Conversei um pouco com o pai, um pouco com os irmãos, coisa de vinte minutos. Quando me levantei para preparar a janta - ia ser um miojo - ele já estava dormindo. E só.

      Fui também um pouco diretora, de manhã, na escola, quando lhe pedi que se comportasse melhor durante o recreio, sabedora já das que aprontou com a professora. E só.

        Para me sentir melhor, para aliviar a culpa que sinto, faço muito carinho nos alunos - principalmente nos meninos, principalmente naqueles que sei não terem nenhum carinho em casa... Principalmente naqueles que aprontam muito na escola, como o meu filho apronta. Principalmente naqueles que, justamente por aprontarem muito, não têm  a simpatia e a atenção carinhosa de seus professores.

       Portanto, fui mãe do Matheus, do Luis, do Marcos, do Vitor, do Rafael, do Fernando, do Carlos, do... 

       Só não fui mãe do Caio.

Um comentário:

Graça Antunes disse...

Maninha, isso é só uma fase que vai passar logo, daqui a pouco as coisas voltam ao lugar... eu te amo, e o caio também! Bjks