domingo, 30 de dezembro de 2012

Nova amizade


       Praiana, a última do ano, fim de tarde no Recreio. Mar agitadíssimo, praia cheia, pouca areia. Procurando um lugar ao sol. Caio, impaciente, pergunta:
          - Não vamos ficar na praia? É aqui!
          - Não, Caio, vamos mais pra frente. E continuamos andando na orla. Caio:
          - Mãe, vamos logo, já chegamos!
       - Não, Caio - a paciência que sempre tento ter - é que aqui o mar está muito brabo, vamos ficar depois daquela pedra.
          - Ele [o mar] está brabo com quem?

          Ahahaah, que figurinha! Depois expliquei o significado que dei à palavra brabo.

          Mar muito brabo, Caio nem chegava perto das ondas. Molhava o pé na areia úmida. Mas estava doidinho. Eu e Antonio por perto, só olhando. Na verdade, não desgrudamos o olho dele: muita gente = filho perdido. Atenção redobrada, portanto. 
          Havia uma senhora sozinha, cujos pertences estavam perto de nós, mas ela estava sentada bem na beirinha do mar e se deliciava com as ondas que vinham. Caio foi se chegando, começou a conversar com ela. Deitou do lado e, assim, foi aceitando as lambidas das ondas. Uma mais forte que veio, a senhora segurou-o pelo braço. Eu e Tonho só sacando. Caio sentiu-se protegido (nunca fica conosco na beira do mar com medo de o obrigarmos a um mergulho) e passou grande parte do fim da tarde fazendo companhia à velha. E engrenaram uma longa conversa. 


         Por fim, ela veio até seus pertences, e trocamos sorrisos mais alguns comentários sobre o Caio. Na primeira menção de ir embora, Caio lhe pediu:
          - Fica mais um pouquinho?
          Ficou. Brincaram mais um pouco e tentou ir-se por mais duas vezes, sempre se demorando a pedido de Caio. Na despedida final, revelou ser do Sul e estar na casa da filha, em local próximo. Ganhou um beijinho do Caio e saiu feliz.

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