Caio no supermercado, fazendo mil perguntas, apontando, gesticulando e tagarelando (correndo não: colocamos o pirralho dentro do carrinho...), como de costume. Estava mais comunicativo ainda que o normal, abordando as pessoas e iniciando diálogos só decifráveis por pequenos como ele. Algumas pessoas, com menos pressa ou deliciosamente surpreendidos pela sua vivacidade, lhe davam "trela" e pacientemente respondiam ao turbilhão de perguntas. A funcionária do caixa foi uma delas. Ele começou assim:
- Você é linda! (ele anda com mania de "lindo/a").
A funcionária se derreteu toda. Em seguida Caio começou a perguntar pela lixeira (uma outra mania, só que mais antiga) e a tentar visualizá-la, debruçando-se na esteira. A moça continuou dando-lhe atenção, respondendo e mostrando a lixeira. As compras foram passando e, quase no fim do processo, pagamento já sendo efetuado, é que Caio me sai com esta:
- Você fez coisa errada?
- Não - ela respondeu, divertindo-se com a pergunta inusitada.
- Você ficou de castigo?
- Não... - continuou respondendo, rindo, a moça, ainda muito solícita.
- Mas a sua mãe brigou com você?
- Não...
- Então por que ela te colocou aí?
(Minha cara... caiu no chão! Todos os outros clientes, que naturalmente estavam prestando a maior atenção, riram, pois ficou parecendo que ele estava se referindo ao fato de a moça ser caixa de supermercado ou de trabalhar no Extra!)
Acho que Caio estava se referindo ao espaço reduzido onde as funcionárias ficam nos caixas dos supermercados, como se fosse lugar de castigo, como, por exemplo, a "cadeirinha do pensamento" usada por algumas escolas ou famílias.
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