Caio ganhou este jogo de presente de aniversário este ano.
"É loiro? Tem olhos castanhos? A cada rodada uma pergunta diferente, vence aquele que tiver a melhor estratégia para descobrir a carta sorteada pelo outro...", diz a propaganda do jogo.
De fato, fazer as perguntas certas e usar de estratégia para fazê-las é o que garante a vitória. O jogador deve explorar as características físicas: qual é a cor do cabelo, se é careca, usa chapéu, usa óculos, se é homem ou mulher (pergunta que não pode ser feita nas primeiras rodadas, diz a regra do jogo), qual é a cor dos olhos, cor da pele, usa barba, bigode... por aí vai.
Mas o Caio, né... é o Caio.
Jogando com ele neste feriadão sem viagem, ele inicia o jogo:
- Tem cara de sábio?
- Heim? Como?
- Cara de sábio.
- Caio, você tem de perguntar se usa chapéu, se os olhos são azuis... - tento ensinar. Outra rodada, é a vez do Caio de novo:
- Tem orelha de burro?
- Caio! Como assim "orelha de burro"?
Ele tenta explicar:
- Orelha assim, ó! - e faz um gesto.
- Caio, pergunta se a orelha aparece ou não.
Outra rodada:
- Tem cara de sorridente?
- Ah, Caio! Sei lá! Não dá pra ver isso!
- Dá sim, mãe!- ele já está impaciente comigo.
Na vez seguinte, Caio continua:
- Tem cara de simples?
- ...
Aí eu ri, né... cara de simples... fiquei olhando para ele, que esperava, sério, a minha resposta. Foi aí que percebi que o meu filho tem um jeito especial de ver o mundo... Um jeito todo dele... que às vezes percebe detalhes... que vê além das aparências, talvez...
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