Já há algum tempo Caio vem me perguntando sobre morte.
- Mamãe, todas as pessoas morrem? Você vai morrer? Eu vou morrer? Meu pai vai? Quando?
Não quero mentir, mas falar da morte não é tarefa fácil. Tentei ser natural:
- Todos nós vamos morrer sim, filho. Mas não sabemos quando. O normal é morrermos bem velhinhos.
Ele ficou preocupado:
Ele ficou preocupado:
- Mamãe, você é velhinha?
Pensei na possibilidade de ele ter visto o tema em algum filme, de modo escondido. Já fez essa arte: peguei-o no corredor, olhão, interessadíssimo, numa posição que não dava pra gente perceber que ele estava ali. Foi flagrado quando alguém se levantou numa pausa para o xixi.
Essas perguntas, vira e mexe, vêm à tona:
- As crianças morrem?
- Mamãe, se eu beber o leite e escovar os dentes vou viver para sempre?
- Mamãe, se eu beber o leite e escovar os dentes vou viver para sempre?
Bem, agora começo a perceber de onde vem esse interesse pelas fases da vida. Olha a pergunta da criatura:
- Mamãe, você já reproduziu?
Heim? Engasguei. Mas respondi com naturalidade:
- Claro, né? Tenho filhos... tenho você...
- Então você já pode morrer, né?
Escola... só pode... essa história de "nasce - cresce - se reproduz - morre"...
Parece que esse assunto mexe muito com ele... num outro dia, perguntou e, diante da minha afirmativa de que um dia eu iria morrer, ele começou a chorar .Desesperado, lágrimas rolando pelo rostinho vermelho e veias do pescoço saltadas, entre soluços, Caio explica:
- Não quero que você morra!!!!!
Foi muito pungente. Senti muita peninha e falei:
- Mamãe não vai morrer não, filho...
(E intimamente pedi a Deus para só me levar depois que ele crescer...)
2 comentários:
E quem nunca teve quando criança essa preocupação? Caio, menino lindo e inteligentíssimo! Bjsss
Mariana
Lindo mesmo! Esses momentos são difíceis para nós, mas são lindos demais!
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