Caio anda com a atenção voltada para os palavrões.
Não, ele não costuma falar palavrões. Ufa!
Começou querendo saber quais palavras são palavrões: bunda, bumbum, feio, bobo, peido, idiota, cocô, pô, poxa...
- São palavras deselegantes, Caio. Não é bonito de se falar.
Até que um dia perguntou se porra era palavrão.
- Claro que é, Caio! Não pode falar isso! - ralhei.
Quase todo dia Caio vem me perguntar sobre uma palavra. O engraçado é que quando ele tem quase certeza de que é palavrão, não fala a palavra, mas soletra:
-Mamãe, p-o-r-r-a é palavrão? B-u-m-b-u-m?
O problema é que aqui em casa todo mundo tem a boca suja (eu inclusive). O pai então... E os irmãos, jovens entre 15 e 19 anos, falam muito entre si. Caio vai ouvindo e analisando:
- Mamãe, só adulto pode falar palavrão, né?
O fato é que agora, a toda hora, quando ouve alguém falando um palavrão ou alguma palavra que ele considera palavrão, ou uma palavra deselegante, ele repreende:
- Olha o palavrããão...
E faz uma cara muito engraçada.
No início do mês, acho até que já contei isso aqui no blog, estávamos fazendo a trilha da Pedra Bonita quando, no meio do caminho, fiz uma observação, algo sobre algumas pessoas não poderem usufruir daquela maravilha. E Caio:
- Olha o palavrããão!
Hahuhauahuahu! Todos riram muito.
Mas ontem quase infartei.
Me distraí e quando vi, estava já bem tarde e Caio não tinha ainda feito o dever de casa. Lembrei-o:
- Caio, não fizemos ainda o dever de casa.
E ele, numa resposta sem pensar:
- Ih, fudeu!
- Caio!!! - E dei-lhe a maior bronca de que me lembro já ter dado nele.
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